Não é sempre que se tem contato com o autor de obras e teorias pelas quais se estuda e admira. Na manhã desta sexta-feira (24), estudantes de Direito das Faculdades Integradas Barros Melo (AESO), bacharéis na área e docentes tiveram a oportunidade de trocar ideias e compartilhar conhecimento com um dos maiores nomes em Direito Penal do Brasil, Cezar Bitencourt. O advogado criminalista palestrou sobre o tema “Licença para matar: o medômetro para medir a coragem da polícia”, no Cineteatro da faculdade.
A diretora da instituição, Dra. Ivânia Barros Melo, abriu o evento, no cineteatro, apresentando o convidado e os componentes do debate. Fizeram parte da mesa, os professores Helder Oliveira, Ricardo Coelho, Ricardo Borges, Vanessa Pedroso, Romero Auto, Bruno Pimentel e Izabella Barros Melo.
O objetivo do encontro, marcado no mês em que a AESO-Barros Melo comemora 51 anos de história, foi discutir o projeto de lei anticrime, que propõe mudanças na definição e limites da legítima defesa, sugerindo acréscimos nos arts. 23 e 25 do Código Penal. Para Cezar Bitencourt é extremamente válido debater esse tema na atual situação do país. “É muito gratificante poder falar para jovens, estudantes e universitários sobre assuntos políticos e jurídicos nesse momento. É bom poder trazer algum esclarecimento sobre o que está acontecendo, os projetos e andamento de reformas, principalmente, porque encontramos um campo fértil”, comentou.
O palestrante empolgou a plateia contando episódios interessantes da carreira e tocando em pautas recentes, como a execução de um cidadão, com mais 80 tiros, no estado do Rio de Janeiro, e os cortes de verbas federais na educação. Cezar Bitencourt defendeu que não existe modelo de governo melhor do que o estado democrático. Também falou a respeito dos cenários político e social do Brasil, da crise no sistema penitenciário e do índice de violência entre os jovens.
“A gente vive um período um pouco intranquilo, iniciando um governo, então é importante participarmos de evento, dessa natureza, em uma instituição como a AESO-Barro Melo, com corpo docente altamente qualificado e aproveitamento extraordinário dos alunos. Foi um debate muito enriquecedor, mas isso não me surpreende, porque eu conheço a faculdade há muitos anos e tenho acompanhado, ao longo do tempo, a evolução e o respeito que ela recebe na sociedade local e no Brasil como um todo”, conclui.