Dirigido por Maria Eduarda Menezes, estudante do quarto período de Cinema e Audiovisual da AESO-Barros Melo, em parceria com a amiga, Fefa Lins, o curta-metragem “Quanto Craude no meu Sovaco” debate sobre a opressão e cobrança de padrões sofridos por mulheres a partir da imagem de uma axila. A parte do corpo feminino aparece como cenário de abusos sofridos pelo gênero.
O filme, realizado como proposta de atividade prática da disciplina de Realização Cinematográfica, orientada pela professora Gabriela Alcântara, chama atenção pela temática atual e estética, e foi selecionado para participar de três festivais neste semestre: o Fincar, o Festival Kinoforum e o Festival Cine BH.
O primeiro acontece entre os dias 14 e 19 de agosto, no Recife. “Quanto craude” será exibido na sessão de abertura, dia 14, no Cinema São Luiz, e, dia 17, no Cine Teatro Bianor Mendonça Monteiro, em Camaragibe. Após a sessão, haverá debate com as diretoras. O Festival Kinoforum é um dosmaiores e mais tradicionais eventos dedicados ao formato do curta-metragem no mundo, e está marcado de 22 de agosto a 02 de setembro, em São Paulo. A obra de Eduarda e Fefa será apresentada na Mostra Brasil, dias 23, 25 e 27, também seguida de discussão com as criadoras. Já no dia 31 de agosto, o filme das pernambucanas passa na Mostra Contemporânea do Cine BH, no Cine Sesc Palladium.
O vídeo é um autorretrato das experiências vividas pela roteirista, que se sentia oprimida por não ter os pelos aceitos pela família e sociedade: “Me aborrecia o fato de que, em todo e qualquer evento social, minha mãe me pedia para que fizesse depilação, e eu atendia. Mas isso me deixava extremamente desconfortável. Os pelos representavam coragem, força e resistência. Ao tirá-los, me sentia fraca e covarde”, argumenta.
A produção de “Quanto Craude no meu sovaco” aconteceu em um dia, no ateliê de Fefa, que também é pintora. “Em plano fechado, a axila funciona como cenário de abusos contra a imagem, corpo e intimidade feminina. Combina ainda uma trilha sonora que empresta tensão e urgência ao que se vê, e o resultado é inesquecível. É um trabalho de experiência com a linguagem audiovisual apto a concorrer em qualquer festival de cinema”, diz Luiz Joaquim, crítico de cinema e coordenador do curso de Cinema e Audiovisual da AESO-Barros Melo.
Ficha técnica:
Quanto Craude no meu Sovaco
Ano de produção: 2017
Dirigido por: Duda Menezes e Fefa Lins
Duração: 3’40”
Classificação indicativa: 10 anos.