Valorização da carreirra
Há pouco mais de dois anos, o executivo Aderson Agra sabia que tinha algo a ser melhorado na sua carreira. Depois de oito anos atuando como gerente comercial, ele sentiu necessidade de mudar, só não sabia como. Foi quando começou a ler sobre coaching e descobriu que poderia contratar um coach, profissional que iria ajudálo a descobrir potenciais que até então não enxergava, observar os equívocos que cometia e, então, estabelecer metas para a carreira. No início deste mês, Agra chegou a uma conclusão: estava na hora de deixar a empresa em que trabalhou durante dez anos e partir para novos desafios: abrir seu próprio negócio. “Tomar essa decisão não foi fácil, estava há muito tempo no cargo e me considerava bem-sucedido, mas, de acordo com os resultados do coaching, vi que era a melhor alternativa”, argumenta. Em tempos de mundo globalizado, mudanças instantâneas e competitividade em alta, o planejamento tornase uma das principais ferramentas para a garantia de uma carreira sólida. Mas a consultora organizacional especializada em coaching Lindevany Holffiman explica que, antes de decidir procurar a técnica, o coachee (como é chamado o profissional que decide se submeter ao método) deve saber que coaching não é planejamento de carreira. “É uma ação, individualizada e customizada, de desenvolvimento de competências e habilidades comportamentais visando ao fortalecimento pessoal ou profissional”, especifica. Antes de dar início ao processo de coaching, o profissional faz um mapeamento das competências. “A partir daí, traça quais são as forças e quais são os gaps (lacunas) de performance e começa a planejar suas ações. O coach ajuda as pessoas a maximizarem suas forças, mas o coachee é quem encontra suas respostas, ao longo do processo”, detalha Lindevany. O coach Antônio Fernando Silva explica que, antes das metas serem estabelecidas, é preciso detalhar o perfil do cliente. “Algumas pessoas são motivadas pelo prazer, outras pela dor. As primeiras crescem profissionalmente quando são incentivadas, já as outras quando cobradas. Às vezes as pessoas não conseguem atingir metas porque não enxergam características simples como essas”, exemplifica. De acordo com os especialistas, só após conhecer seu potencial e suas fraquezas, é aconselhável que o profissional estabeleça metas. Foi o que fez a administradora de empresas Ana Elizabeth Hirschle, há três anos, quando resolveu investir num coaching. “Trabalhava como gerente de recursos humanos de uma empresa. Depois de um ano, virei superintendente”, conta. Mas a grande virada veio este ano, quando foi desligada do cargo, ao voltar de uma licença- maternidade. “Para mim, isso foi um pontapé”, afirma Ana, que juntou-se a outros colegas e vivencia uma experiência empresarial como consultora em desenvolvimento humano organizacional. Mesmo satisfeita com a atual ocupação, a administradora não pretende abandonar o coaching. “Se o profissional tem a intenção de ver uma melhoria contínua da carreira, não pode parar”, observa.