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Sem o auxílio de grande gravadora, produzir um CD ainda é tarefa complicada. Superando dificuldades, o músico pernambucano Igor de Carvalho projeta para o próximo mês o lançamento do primeiro álbum solo, A TV, a lâmpada e o opaxorô, e publica singles no YouTube para divulgar o trabalho. Seguindo em frente, lançado nesta quarta-feira (26), é o segundo a chegar à web. O primeiro, Samba que não fiz pra Rosa, teve mais de 4,3 mil acessos até o momento (Ouça as músicas abaixo).

Com quatro anos de carreira, Igor usa as mídias digitais como forma de chegar com mais facilidade ao público. "É o atalho para chegar aos ouvidos das pessoas. A força que a internet tem cresce a cada momento. A gente precisa torná-la nossa aliada", justifica. "Como músico independente tenho que correr atrás...Se formos esperar grandes produtores, a dificuldade é grande".

A mistura de ritmos é uma marca no trabalho do músico. Ele passeia por samba e rock em suas composições. "Eu escuto muitas músicas e me deixo influenciar por isso. A gente vai criando onde dá certo", conta Igor, que integrou a banda Zé Bonina, com forte influência de samba.

A religião também tem força no processo de criação do artista. "Eu sou formado pelo candomblé e tento colocar um pouquinho da minha espiritualidade na música. Mesmo que eu não fale muito sobre isso nas canções, coloco influências, como o tambor" afirma.

O disco foi produzido sem ajuda de grandes gravadoras. Através de edital da faculdade AESO Barros Melo, Igor conseguiu 60 horas na sala de gravação da instituição de ensino. Ele também usou o estúdio Salacinco para finalizar o trabalho.

Rogério Samico foi o produtor de A TV, a lâmpada e o opaxorô. Cerca de 30 músicos participaram das sessões. Entre eles, Moreno Veloso e Lula Queiroga.  

Os três objetos que dão nome ao disco fazem parte de um conceito. A TV simboliza o cotidiano; a lâmpada,  a inspiração; e o opaxorô representa a espiritualidade (Opaxorô é um artefato do Orixá Oxalufã, do candomblé).