Festival casa arte e tecnologia no Recife
Não é novidade que Pernambuco é um estado reconhecido no Brasil pela sua rica cultura. Não é de agora também que nos destacamos no cenário nacional, e até internacional, em tecnologia. Então, por que não juntar os dois e mostrar o que pode ser realizado a partir desse casamento? Este é o intuito do Festival Continuum, uma iniciativa que chega ao seu segundo ano mostrando o que de melhor pode ser feito quando se junta os dois mundos à criatividade de artistas e desenvolvedores. Na Física, a palavra Continuum é associada ao conceito espaço/tempo da Teoria da Relatividade de Einstein. De acordo com Einstein, estes dois elementos são indissociáveis, convivendo sempre juntos. Na ótica do festival, hoje, a arte e a tecnologia são como o espaço/tempo, não podendo ser separadas. “Pernambuco é uma referência em cultura e também em tecnologia, mas não existia um evento que mostrasse a interseção entre as duas coisas. O Continuum veio preencher este espaço”, comenta o produtor Antonio Gutierrez, o Gutie, conhecido por também realizar o Rec Beat. O Continuum começou na última sexta-feira com exposições na Torre Malakoff, no Recife Antigo, e estende-se até o dia 12 de setembro com programação que compreende instalações, oficinas, mostra de games e de vídeos e seminários divididos entre a própria Torre, o Centro Cultural dos Correios, também no Recife Antigo, o Memorial Chico Science, no Pátio de São Pedro, e a faculdade Aeso, em Olinda. A maior parte desta programação, entretanto, inicia-se hoje. Uma das obras já expostas na Torre Malakoff é a Vitalino, do artista e programador Jarbas Jácome. Jarbas já é um velho conhecido do campo de artes digitais em Pernambuco, tendo participado do primeiro Continuum e de outros eventos com obras como Crepúsculo dos Ídolos e Pernambuco Percussivo. A instalação mostrada esse ano, a Vitalino, dá a oportunidade ao apreciador interagir com um bloco virtual a fim de criar esculturas em voxels, uma espécie de pixel tridimensional. Por meio de duas câmeras, a obra capta o movimento das mãos da pessoa e os traduz para a imagem gerada por um projetor. Os movimentos “modelam” o cubo digital, assim como um artesão pernambucano modelaria sua obra no barro. Por isso a referência ao mestre Vitalino. O Vitalino é mais um projeto gerado através do software de processamento audiovisual interativo ViMus, criado por Jarbas em 2003 para uma cadeira do curso de Ciências da Computação da UFPE. Posteriormente, o ViMus virou projeto de graduação e dissertação de mestrado, sendo aperfeiçoado até hoje por Jarbas. O software também está disponível de forma gratuita e com seu código aberto para usuários de Windows e Linux. Outra obra que faz parte da programação do Continuum e que estreia hoje no Centro Cultural dos Correios é a Interactive Fun, idealizada pelas empresas pernambucanas Jynx Playware e Comment Lab. Ela é uma instalação composta por cinco mini-jogos e animações projetadas numa parede onde, através de uma câmera para captura de movimentos, o espectador pode interagir com o que está vendo. “Temos o Mata Barata, em que as baratinhas estilizadas saem andando pela parede e a pessoa deve dar um tapa para matá-las, e o Mapa do Recife, onde basta clicar num ponto do mapa do Recife Antigo projetado para que fotos do local apareçam”, explica Thiago di Freitas, marketing developer da Jynx. A Mostra de Games, também no Centro Cultural dos Correios, deixará à disposição a degustação de jogos dos consoles PlayStation 3, Xbox 360 e Wii, incluindo aí títulos como God of War III, Heavy Rain, Red Dead Redemption, Mass Effect 2, Wii Sports Resort, No More Heroes 2: Desperate Struggle e BlazBlue: Calamity Trigger. A programação completa do Festival Continuum pode ser acessada através do site oficial do evento. SERVIÇO Site do festival: www. continuumfestival.com Blog do Jarbas Jácome: http://jarbasjacome.wordpress.com