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Etnia PE apresenta o manguebeach de Peixinhos em novo disco



Seguidora fiel das ideias projetadas pelo malungo Chico Science nos anos 1990, e uma das principais representantes do movimentado Nascedouro de Peixinhos, a banda Etnia (agora Etnia PE), se prepara para lançar o seu terceiro álbum. Em Depois do mangue vem a praia, maracatu, soul e embolada se unem ao reggae e surf music, para emergir do mangue e desaguar no mar. 

Com dez músicas, a maioria do vocalista Felix Cavalcanti (conhecido como FK ou Fekinho) e do guitarrista Canhotto, o trabalho, que foi gravado na Aeso e mixado no Fábrica, representa uma nova fase da banda, mais madura, e também uma nova aposta. “A banda pensou em um disco que pudesse agradar a diversas pessoas. E veio essa ideia da praia, que é um bem comum à todos, um lazer. Lugar onde todo mundo se diverte, não importando a classe”, conta o vocalista. 

“Depois começaram a surgir várias ideias como a relação com próprio mangue, que foi onde a gente começou e que acaba desaguando na praia. O mangue é o início da cadeia produtiva marítima e também da nossa cadeia produtiva, com o manguebeat, ele fez tudo acontecer”, continua, brincando que este é um disco de manguebeach.

Segundo ele, a banda acredita que a cena mangue está muito parada, mas ainda tem muito poder. “O pessoal fala tanto que o mangue morreu, mas, ao mesmo tempo, quando nós saímos daqui para tocar em outros lugares o manguebeat ainda tem força. É o que as pessoas querem ouvir. E nossa ideia é justamente mostrar as pessoas que as coisas continuam muito vivas, o mercado continua muito forte e a musicalidade continua reverberando”, afirma, pontuando que é preciso dar vazão a essa produção cultural, que, de certa forma, continua com muita força. 

Ao mesmo tempo em que defende o poder do manguebeat na cadeia produtiva no Estado, ele afirma que, em Depois do mangue vem a praia, o ritmo não é mais o eixo central, mas um caminho que vai desaguar no mar. “As pessoas identificam muito o manguebeat com o tambor, a Etnia PE quis fugir dessa proposta. Nós saímos tentando tirar essa coisa do tambor, mas não tem muito pra onde fugir. Se o cara toca maracatu rural ou coco, ele dialoga com o manguebeat. Então, fomos propor coisas que se relacionassem com o mangue, mas que fizessem essa musicalidade pernambucana mais praieira”, conta, citando a forte presença do reggae e ska como elementos equalizadores no trabalho. 

E, para garantir esse suingue, o grupo conta com o reforço dos metais de Ibrahin Genuino e do português José Lencastre, além das teclas de Amaro Freitas. Marco Axé (Otto) e Rinaldo Carimbó (Combo X), completam a percussão. 

Entre as participações, estão Luiz Carlos, vocalista da banda de reggae Capim Santo, em Caravana do amor; Dom Pablo, da Vírus, em Favela; e Zé Brown, em Beat nuclear. Outro representante do movimento mangue e da cena de Peixinhos, Pácua, da Via Sat, e a espanhola Jennifer Garcia completam a mistura. 

Confira a matéria completa no JC desta segunda-feira (09).

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