Após 20 anos fora, Bruno Santana volta com missão de fortalecer handebol do Estado
Armador central é um dos trunfos do Português/Aeso na disputa do título inédito da Liga Nacional; aos 36 anos, ele fala sobre papel de influenciador e planos para futuro
A carreira de Bruno Santana foi meteórica. Em 2003, recuperou-se de uma grave lesão no quadril a tempo de participar do Mundial Júnior de Handebol. Chamou a atenção de várias equipes europeias e, no ano seguinte, era o jogador mais novo da delegação brasileira nas Olimpíadas de Atenas, aos 22 anos. Ao longo da estrada, foi campeão do Pan-Americano de 2007, no Rio de Janeiro, e prata em Guadalajara, em 2011, além de marcar presença em outros Jogos, o de Pequim, 2008. Resultados à parte, a história começou antes da dor da contusão. No Recife, cidade natal do armador central. Após tanto tempo pelo mundo, distante da terrinha, está de volta. E, aos 36 anos, tem uma meta bem estabelecida: fortalecer o esporte local.
Bruno Santana é reforço do Português/Aeso na disputa da Liga Nacional, competição cujo título falta na estante do clube. Bruno, no entanto, conhece bem a emoção de erguer essa taça. Ele tem passagens pelos maiores campeões do torneio: o São Caetano-SP, Metodista-SP e o Esporte Clube Pinheiros-SP. Com a estrada perto do fim, entendeu a importância de deixar um legado no "quintal de casa". Com a necessidade de repassar conhecimentos, fez um primeiro contato com o Português/Aeso em 2017, durante a disputa do Brasileiro, em Minas Gerais. A antes possibilidade, o acordo se concretizou este ano.
- A família ficou bem feliz com a oportunidade de vir começar um novo ciclo, depois de 20 anos longe, e passar a minha experiência, melhorar o handebol de Pernambuco. Achei que era uma hora boa de voltar. Já disputamos o mesmo Brasileiro que perdemos no ano passado e ganhamos o título. É uma evolução, já que a gente estava perdendo há alguns anos. A minha volta, junto com alguns outros atletas de peso, influenciou para que a gente tivesse um bom resultado.
Dono de um currículo extenso, Bruno Santana foca na Liga Nacional. O primeiro objetivo foi cumprido: a classificação para a próxima fase, após ficar com a segunda colocação na seletiva do Nordeste.
"Voltamos da fase Nordeste da Liga Nacional e nosso objetivo era a classificação e sermos campeões. Não conseguimos o título, perdemos para um time do Piauí de 24 a 23, estávamos bem treinados e focados, mas não deu. Serve como um aprendizado. A cada derrota, temos de estudar e melhorar cada vez mais. O foco é melhorar o cenário do handebol do Nordeste. Quero que a gente chegue no eixo Sul/Sudeste e que a gente consiga títulos para colocar o nome do Português/Aeso no cenário nacional."
O título é visto como muito difícil. E o Português/Aeso trabalha com metas. A primeira delas é se classificar para o Final Four, ou seja, as semifinais da competição, disputadas em jogo único. A partir daí, começa um campeonato "diferente", na visão de Bruno.
- Desde que começamos os treinamentos, com foco no Pernambucano, Brasileiro e Liga Nacional, sempre falei que, se a gente treinasse e trabalhasse bem, chegaríamos fortes na Liga Nacional. Claro que com um pouco de dificuldade, porque sempre tem, mas todo mundo está focado para que a gente chegue forte. Na verdade, nossa grande meta é chegar no Final Four da Liga Nacional. E aí, no Final Four, como é um jogo só na semifinal, a gente acredita que, jogando tudo, podemos passar. Podemos pegar Pinheiros ou Taubaté, que são multicampeãs, mas todo mundo sabe que o jogo é resolvido na quadra.
Em cena, o Bruno "capitão"
O retorno de Bruno para casa após 20 anos, após construir uma carreira consolidada em outro eixo do país, se deu porque ele sabe que, agora, cumpre um outro papel. Não é mais o jogador que estourou aos 22 anos. A versão atual é madura, com responsabilidade de aconselhar os mais jovens e liderar o Português/Aeso.
"Esse meu trabalho (de aconselhar) já começou. Quando você é novo, tem mais energia e extrai mais de atletas mais velhos. Sempre assimilei o máximo de coisas boas para passar o máximo de coisas boas. Assim que cheguei, quis mostrar que, aqui no Nordeste, existem diamantes brutos que, treinando, lapidando, conseguiríamos transformá-los, mas isso requer trabalho. Tento passar algo positivo em todo treinamento porque sei que sou um espelho para os mais novos ou até atletas da mesma idade que eu, mas que me viram jogando na TV."
Planos para o fim de carreira
Bruno Santana se vê jogando por mais quatro anos. Depois, quer focar na melhoria do handebol em Pernambuco, Tem o projeto na mente, com os primeiros passos a serem dados assim que deixar a cena. Entre eles, ser treinador, fortalecer a prática do handebol nas escolas e, junto com a Federação Pernambucana de Handebol, buscar soluções para fortalecer os campeonatos locais.
- Comecei a faculdade este ano e ainda está conturbado, comecei, dei uma parada, mas quero voltar. Quero começar projetos sociais para trabalhar com a criançada e passar para alguns professores o que eu vivi com outros técnicos muito bons. Estou buscando treinadores daqui que foram meus, amigos do esporte que hoje treinam, para passar essa experiência. Quero que mais jogadores saiam daqui para a seleção ou que mudem de eixo se aqui não for suficiente. Tenho de saber como é a realidade aqui para trazer coisas novas, patrocínios, para que o esporte melhore. Preciso saber porque a prática caiu tanto e temos de incentivar as crianças a voltarem a jogar porque é um esporte que ensia disciplina, o respeito... É essa a minha linha.
A carreira de Bruno Santana foi meteórica. Em 2003, recuperou-se de uma grave lesão no quadril a tempo de participar do Mundial Júnior de Handebol. Chamou a atenção de várias equipes europeias e, no ano seguinte, era o jogador mais novo da delegação brasileira nas Olimpíadas de Atenas, aos 22 anos. Ao longo da estrada, foi campeão do Pan-Americano de 2007, no Rio de Janeiro, e prata em Guadalajara, em 2011, além de marcar presença em outros Jogos, o de Pequim, 2008. Resultados à parte, a história começou antes da dor da contusão. No Recife, cidade natal do armador central. Após tanto tempo pelo mundo, distante da terrinha, está de volta. E, aos 36 anos, tem uma meta bem estabelecida: fortalecer o esporte local.
Bruno Santana é reforço do Português/Aeso na disputa da Liga Nacional, competição cujo título falta na estante do clube. Bruno, no entanto, conhece bem a emoção de erguer essa taça. Ele tem passagens pelos maiores campeões do torneio: o São Caetano-SP, Metodista-SP e o Esporte Clube Pinheiros-SP. Com a estrada perto do fim, entendeu a importância de deixar um legado no "quintal de casa". Com a necessidade de repassar conhecimentos, fez um primeiro contato com o Português/Aeso em 2017, durante a disputa do Brasileiro, em Minas Gerais. A antes possibilidade, o acordo se concretizou este ano.
- A família ficou bem feliz com a oportunidade de vir começar um novo ciclo, depois de 20 anos longe, e passar a minha experiência, melhorar o handebol de Pernambuco. Achei que era uma hora boa de voltar. Já disputamos o mesmo Brasileiro que perdemos no ano passado e ganhamos o título. É uma evolução, já que a gente estava perdendo há alguns anos. A minha volta, junto com alguns outros atletas de peso, influenciou para que a gente tivesse um bom resultado.
Dono de um currículo extenso, Bruno Santana foca na Liga Nacional. O primeiro objetivo foi cumprido: a classificação para a próxima fase, após ficar com a segunda colocação na seletiva do Nordeste.
"Voltamos da fase Nordeste da Liga Nacional e nosso objetivo era a classificação e sermos campeões. Não conseguimos o título, perdemos para um time do Piauí de 24 a 23, estávamos bem treinados e focados, mas não deu. Serve como um aprendizado. A cada derrota, temos de estudar e melhorar cada vez mais. O foco é melhorar o cenário do handebol do Nordeste. Quero que a gente chegue no eixo Sul/Sudeste e que a gente consiga títulos para colocar o nome do Português/Aeso no cenário nacional."
O título é visto como muito difícil. E o Português/Aeso trabalha com metas. A primeira delas é se classificar para o Final Four, ou seja, as semifinais da competição, disputadas em jogo único. A partir daí, começa um campeonato "diferente", na visão de Bruno.
- Desde que começamos os treinamentos, com foco no Pernambucano, Brasileiro e Liga Nacional, sempre falei que, se a gente treinasse e trabalhasse bem, chegaríamos fortes na Liga Nacional. Claro que com um pouco de dificuldade, porque sempre tem, mas todo mundo está focado para que a gente chegue forte. Na verdade, nossa grande meta é chegar no Final Four da Liga Nacional. E aí, no Final Four, como é um jogo só na semifinal, a gente acredita que, jogando tudo, podemos passar. Podemos pegar Pinheiros ou Taubaté, que são multicampeãs, mas todo mundo sabe que o jogo é resolvido na quadra.
Em cena, o Bruno "capitão"
O retorno de Bruno para casa após 20 anos, após construir uma carreira consolidada em outro eixo do país, se deu porque ele sabe que, agora, cumpre um outro papel. Não é mais o jogador que estourou aos 22 anos. A versão atual é madura, com responsabilidade de aconselhar os mais jovens e liderar o Português/Aeso.
"Esse meu trabalho (de aconselhar) já começou. Quando você é novo, tem mais energia e extrai mais de atletas mais velhos. Sempre assimilei o máximo de coisas boas para passar o máximo de coisas boas. Assim que cheguei, quis mostrar que, aqui no Nordeste, existem diamantes brutos que, treinando, lapidando, conseguiríamos transformá-los, mas isso requer trabalho. Tento passar algo positivo em todo treinamento porque sei que sou um espelho para os mais novos ou até atletas da mesma idade que eu, mas que me viram jogando na TV."
Planos para o fim de carreira
Bruno Santana se vê jogando por mais quatro anos. Depois, quer focar na melhoria do handebol em Pernambuco, Tem o projeto na mente, com os primeiros passos a serem dados assim que deixar a cena. Entre eles, ser treinador, fortalecer a prática do handebol nas escolas e, junto com a Federação Pernambucana de Handebol, buscar soluções para fortalecer os campeonatos locais.
- Comecei a faculdade este ano e ainda está conturbado, comecei, dei uma parada, mas quero voltar. Quero começar projetos sociais para trabalhar com a criançada e passar para alguns professores o que eu vivi com outros técnicos muito bons. Estou buscando treinadores daqui que foram meus, amigos do esporte que hoje treinam, para passar essa experiência. Quero que mais jogadores saiam daqui para a seleção ou que mudem de eixo se aqui não for suficiente. Tenho de saber como é a realidade aqui para trazer coisas novas, patrocínios, para que o esporte melhore. Preciso saber porque a prática caiu tanto e temos de incentivar as crianças a voltarem a jogar porque é um esporte que ensia disciplina, o respeito... É essa a minha linha.