3.6.4. Artes Visuais
Em Olinda, o segmento das Artes Visuais recebeu uma abordagem distinta quanto à abrangência, refletida a partir da composição do Conselho Municipal de Políticas Culturais, já que são consideradas integrantes do setor além das formas de representação como grafitagem, fotografia, design e vídeo jockey (VJ), as atividades de cinema e vídeo.
Nos anos 90 e 2000, devido à falta de equipamentos e reparos em espaços como o Cine Duarte Coelho, Cine Olinda e Teatro Bonsucesso, surgiram movimentos culturais como Ajassaco, Cinema na Praça, Festival das Artes e o Fórum de Produtores e Artistas de Olinda, que aglutinaram os segmentos das artes integradas, no intuito de incitar o poder público a implementar políticas culturais estruturantes para o município.
Dentre as experiências ligadas ao Audiovisual pode ser destacada a TV Viva, fundada em 1984, pelo Centro de Cultura Luiz Freire, no intuito de dar voz e visibilidade à população e aos movimentos culturais, políticos, sociais e econômicos, que não encontravam espaço nos meios de comunicação privados. Outro projeto, Cinema na Praça, foi desenvolvido pelo Estúdio A Saga Audiovisual, em parceria com a Prefeitura de Olinda, nos anos 2000, no intuito de exibir e democratizar o cinema brasileiro para a população.
O Cinema de Animação, que tinha por objetivo instruir alunos de escolas públicas, com habilidade para desenho ou artesanato, para a produção de filmes de animação (11), foi desenvolvido pelo cineasta Lula Gonzaga. O Cinema de Animação atualmente não se restringe mais a Olinda, promovendo oficinas nas regiões Norte e Nordeste.
A Associação de Ensino Superior de Olinda (Aeso) oferece cursos de bacharelado em Cinema de Animação, Fotografia, Rádio, TV e Internet, e cursos técnicos de Design de Moda, de Produto e Gráfico. Há, ainda, atividades de formação para este segmento nos seminários e oficinas realizados anualmente pelo Cine-PE – Festival do Audiovisual.
Dois equipamentos da administração municipal voltados para a fruição e a difusão de filmes e vídeos estão em processo de modernização. A reinauguração do Cine Olinda acontecerá em 2013 e o projeto para restauração do Cine Duarte Coelho está em fase de captação de recursos. Além destes, os espaços de mostra audiovisual acontecem nos quatro cineclubes em atividade no município (12), e nas exibições sazonais, como as que acontecem, por exemplo, no Cine PE e na Mostra Internacional de Música de Olinda (Mimo).
Desde 1993 funciona no município a associação Parabólica Brasil, uma produtora que tem no currículo importantes projetos audiovisuais de visibilidade nacional. A ONG Vídeo nas Aldeias realiza na cidade suas atividades administrativas, além da formação, produção, finalização e distribuição dos vídeos realizados.
Apesar de não haver financiamento direto para a produção de filmes e vídeos na cidade, o apoio da Secretaria de Patrimônio e Cultura é concedido através de suporte logístico – fechamento de ruas, acompanhamento da Guarda Municipal, quando necessário, cessão de autorizações, entre outros. Em 2003, a contribuição da Prefeitura de Olinda para o cinema pernambucano foi reconhecida, durante o Cine PE (13).
O fato de a cidade ser constantemente retratada pelos realizadores no estado, não apenas evidencia as formas e os modos olindenses aos olhos do Brasil e do mundo, mas também se confirma como importante ferramenta de afirmação da identidade do pernambucano.
As Artes Visuais carecem de ações voltadas à realização, formação e difusão do audiovisual e desenvolva as competências e iniciativas dos setores de fotografia, design e VJ.
(11) Um roteiro sobre a vida do cineasta Lula Gonzaga: http://portalolinda2.interjornal.com.br/noticia.kmf?
noticia=1343707&sessao=150&total=12&indice=0
(12) Dados da Federação Pernambucana de Cineclubes (Fepec), referentes a julho de 2012.
(13) Apresentação Projeto Cinema na Praça (PMO): voltar